domingo, 23 de maio de 2010
Review: smartphone Milestone
O Motorola Milestone é a versão GSM do badalado Droid, modelo CDMA lançado nos EUA. Suas especificações são de respeito, com um bom processador e o sistema Android 2.0 - com direito a update para o 2.1, já anunciado. Talvez seja a combinação de ambos que o tenha deixado mais rápido que seus concorrentes do mesmo sistema, mais a aceleração 3D. O fato é que ele é muito veloz e eficiente na hora de abrir aplicativos e alternar entre eles. Graças à tanto poder e um leque completo de ferramentas, o aparelho foi eleito "gadget do ano" pela TIME e desbancou o iPhone no ranking dos "top 10 smartphones" de 2009 na PC World.
Ao ver o Motorola Milestone em fotos, tem-se a sensação que ele é um aparelho enorme. Mas na realidade ele praticamente equivale em medidas com o iPhone - exceto no peso, que é bem maior no Motorola. Isso surpreende quando avaliamos a espessura de ambos, sabendo que o Milestone tem um teclado slide e o iPhone não!
Ele vem com todas as funcionalidades de um topo de linha: wifi, 3G, GPS, bluetooth, multitouch (com "pinch-to-zoom", ou seja, o movimento de "abrir" com o polegar e o indicador para dar zoom), bússola e acelerômetro. Um acelerômetro estranho, diga-se de passagem: funciona, com ele fechado, em qualquer tela, menos na home. Nela, só gira para a horizontal se você abrir o teclado. Chato para quem quiser usá-lo no painel do carro. Estranho também é o multitouch. Funciona no navegador e na galeria de mídia, mas não no Google Maps.
A tela é indescritível. É o ponto alto do dispositivo. Grande e de altíssima resolução, pouco mais que 2x a do iPhone. A diferença fica mais visível ainda com o iPhone lado-a-lado. É o melhor browser móvel da atualidade, sem dúvida. E que, ao receber o update para o sistema 2.1, será imbatível, com direito a Flash. É o primeiro browser móvel que permite que "dispensa" os mobile sites. Dá para abrir qualquer homepage e ler tudo que consta nela sem fazer rolagens laterais. O "serrilhado" nas letras menores faz muita diferença na visualização.
No Google Maps, dá para ver mapas com menos zoom que o habitual, lendo o nome de todas as ruas. Mas o zoom com 2 dedos agiliza muito a navegação e a visualização dos detalhes. No mapa, junto com as tradicionais camadas, temos como extra a situação do trânsito -- mas somente em SP, RJ e BH). O serviço Google Latitude também é integrado.
A interface segue o padrão dos Androids, com a tradicional loja de aplicativos. Há 3 "áreas de trabalho" para colocar widgets, como os de previsão do tempo, e ícones de atalhos. Dentre os atalhos, pode-se usar programas, páginas web favoritas, marcadores do Gmail, entre outros. Tudo isso confere um alto grau de personalização do aparelho.
Já o teclado tem alguns pontos baixos. Primeiro, porque é chato de abrir: ele não tem aquela molinha que o escorrega até fim, tem que ser na força, até dar um clique. Segundo, as teclas são planas e muito grandes. Os dedos tem um espaço maior para percorrer, o que resulta em perda de agilidade na digitação. Além da escrita mais vagarosa, comete-se mais erros que o habitual. A acentuação segue os padrões de todos os Androids, tendo que segurar a tecla da letra e movimentar o direcional até o acento desejado.
O design quadrado, meio retrô, ficou bem nele, mas isso talvez não agrade quem goste de designs mais arrojados. Os botões em dourado também deram um toque "fashion". Na parte inferior, há os tradicionais botões da Motorola para gerenciar o sistema (da esquerda para a direita: voltar, menu, home e busca). Mas são botões virtuais, que você não aperta, só encosta. É chato no começo, quando se vai direto neles fazendo força com o dedo. Leva um tempo até pegar o hábito.
A câmera também merece uma menção negativa. Com 5MP, autofoco e dual-LED flash, ela deveria entregar fotos bem melhores. Isso comprova aquela teoria que "zilhões" de megapixels e flash LED (na verdade, o LED é só uma luz) não valem nada sem uma boa lente. Nisso, até o veterano Nokia N95 deixa o Milestone comendo poeira. Mas o compartilhamento de fotos em redes sociais é prático, e é possível deixar que todas as imagens recebam geo-tag automaticamente. Deslizar os dedos pela galeria de fotos é uma experiência agradável, podendo fazer zoom com 2 dedos.
Sorte que com vídeo não é assim. Ele filma em 720×480 pixels, a 24 fps, e o resultado é melhor que as imagens estáticas. Uma coisa chata: ao apertar o botão da câmera, leva uma eternidade para acioná-la. Isso aconteceu com TODOS os Androids testados até agora, o que prova ser um problema do sistema, e não da fabricante. É verdade que em muitos aparelhos é preciso apertar e segurar para evitar acionamento acidental, mas nos Androids esse tempo é muito longo.
Por fim, o aparelho que recebemos esquenta bastante. Na dúvida se isso acontece em todos, conversamos com usuários. A maioria conformou o problema.
Para quem quer usar o Milestone também no trabalh não vem nada nativo nele que permita compartilhar conexão de internet com PCs e laptops, o conhecido "modo de modem" ou "tethering", ao contrário de alguns Androids da HTC. É preciso recorrer a softwares de terceiros, pagos. Ainda não há Office nativo. É possivel adquirir, à parte, o Documents To Go, mas o fato do Google não ter colocado uma versão do seu GDocs no OS prova que o foco do Android não é esse. Mas o Milestone, em especial, permite que além de sua conta push Google, você tenha um Exchange à parte. Você fica com 2 calendários e 2 diretórios de contatos, algo extremamente útil para profissionais móveis.
Claro que, com um smartphone desse nível, que lava, passa e cozinha, era de se esperar que a bateria não durasse muito. Não teve um só dia, durante os testes, em que ele não chegasse ao fim da tarde zerado. Quando se quer aproveitar tudo o máximo, com internet sempre ativa, a energia esgota bem cedo.
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